quarta-feira, outubro 26, 2011

Húmus

"Atrás da insignificância andam os céus, os mundos, os
vagalhões doirados. Anda o desespero. Anda o instinto fe-
roz. Atrás disto andam as enxurradas de sóis e de pedras,
e os mortos mais vivos do que quando estavam vivos.
Atrás do tabique e das palavras anda a Vida e a Morte e ou-
tras figuras tremendas. Atrás das palavras com que te ilu-
des, de que te sustentas, das palavras mágicas, sinto uma
coisa descabelada e frenética, o espanto, a mixórdia, a dor,
as forças monstruosas e cegas.

(...)

Só a insignificância nos permite viver. Sem ela já o doi-
do que em nós prega, tinha tomado conta do mundo. A in-
significância comprime uma força desabalada.

Raul Brandão


terça-feira, outubro 25, 2011

Vida.

Um poema em forma de filme.




" The only way to be happy is to love. Unless you love, your life will flash by. Do good to them. Wonder. Hope."


quinta-feira, outubro 20, 2011

Por Este Mundo Acima

"E agora, com quem me aborreço?
Como abraço essa tua mania de passear pela vida,
desajeitando os dias?
Deixaste as luzes acesas.
As migalhas no chão.
A camisola amarrotada.
A toalha fora do sítio.
As minhas noites em desalinho.
As horas, vadias.
Anda.
Tenho saudades de arrumar o teu mundo.

Miguel Carvalho


(Mais um Outubro. Consta que amanhã o mundo vai acabar. Outra vez. Não faz mal, até porque hoje já houve momentos de felicidade suficientes para uma vida inteira. Creio eu.)


sexta-feira, outubro 14, 2011

A Educação Sentimental dos Pássaros

"A bondade é transparente, não carece de explicação.
Personagens de alma pura tendem a dar, já se sabe, fracas
personagens. Almas puras, como a água pura, não sabem
a nada. São matéria insípida. Personagens perversas,
pelo contrário, fazem a alegria dos atores que as inter-
pretam no cinema ou no teatro. O mal, mesmo rudimen-
tar, parece sempre mais complexo e interessante do que
o bem. O Diabo fascina. Os anjos, esses, nem sexo têm."

José Eduardo Agualusa



quinta-feira, outubro 13, 2011

Raízes



Serei sempre conhecido como o Quim pequeno.
Ou como o neto do Taveira ou o neto do Pinguinhas.
É um facto da vida e não posso fazer nada quanto isso.
Mas o curioso é que, tantos anos depois, sinto-me bem com isso.
E quando eventualmente um dia for um desconhecido aqui, vou sentir falta disso.


quinta-feira, outubro 06, 2011

Sinal de vida...


viva a metrópole e todos os seus pequenos prazeres.
em breve será altura de rumar a norte e aos seus grandes prazeres.
até já.